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  • Frederico Freitas

O que são Eletrocombustíveis?

Atualizado: 20 de mar.


Também chamados de Combustíveis Sintéticos ou SynFuels, os eletrocombustíveis têm ganhado espaço no mercado pelo caráter sustentável e seu potencial para redução das emissões de CO2 dos sistemas de transporte que usamos atualmente. Neste texto, vamos expor o que são Eletrocombustíveis.

 

Os esforços globais para diminuição das emissões dos Gases de Efeito de Estufa envolvem, principalmente, a substituição de combustíveis fósseis utilizados nos mais distintos sistemas de transporte ao redor do mundo. Desde o transporte terrestre de longa distância, o uso de veículos leves ou ônibus coletivos na mobilidade urbana, o transporte marítimo em navios cargueiros e a aviação comercial, todos estes modais de transporte têm como base o uso de combustíveis fósseis.

 

Dados estatísticos, apontam que, no mundo, o setor de transporte responde por 20% das emissões anuais de CO2, e esta é a razão pela qual os Eletrocombustíveis ou Combustíveis Sintéticos são apontados como uma opção tecnicamente viável para reduzir o uso de combustíveis fósseis e, consequentemente, as emissões de CO2.

 

Mas por qual razão usamos o termo Eletro combustíveis?

Os eletrocombustíveis são produzidos pela “mistura” do Hidrogênio (H2) com Dióxido de Carbono (CO2), criando assim uma diversidade de combustíveis (Gasolina, Diesel, Methanol etc.) com características e composições químicas muito similares, em alguns casos idêntica, aos combustíveis derivados de Petróleo.

 

Como há necessidade de utilização de Hidrogênio (H2), e a forma mais convencional para obtê-lo com baixas emissões de CO2 é pela eletrólise da água – usando Energia Elétrica de Fonte Renovável – alguns artigos científicos utilizam o termo Eletrocombustíveis para indicar que o Hidrogênio utilizado no processo de síntese foi produzido com eletricidade renovável, portanto de baixas emissões de CO2.

 

Os eletrocombustíveis têm a capacidade de substituir os combustíveis fósseis com igual eficiência, eliminando a necessidade de significativas modificações ou adaptações nos motores dos veículos.

 

Vivenciamos cenário semelhante no Brasil, onde os carros com motores Flex, funcionam abastecidos totalmente com Gasolina (Combustível Fóssil) ou totalmente com Etanol (Biocombustível) e até mesmo com qualquer proporção de mistura de ambos os combustíveis.

 

É uma Tecnologia nova ? Quais são as barreiras de implementação ?

Na verdade, há quase cem anos, os cientistas alemães Franz Fischer e Hans Tropsch foram pioneiros numa técnica de produção de petróleo sintético, que é hoje conhecida como síntese Fischer-Tropsch.



Figura 1 – Diagrama Síntese Fischer Tropsch.

 

O principal obstáculo para o crescimento da tecnologia nas últimas décadas tem sido os altos custos associados à produção de combustíveis sintéticos. Atualmente, o custo de produção dos eletrocombustíveis é de 04 a 06 vezes maior do que o custo de produção dos combustíveis derivados do Petróleo.

 

O desafio de reduzir os custos desta produção, tem feito com que grandes empresas Petrolíferas e modernos Centros de Pesquisas, concentram seus esforços na busca de alternativas tecnológicas capazes de escalar comercialmente a produção de combustíveis sintéticos.

 

Exemplificando, a Petrolífera Repsol está investindo EUR  60 milhões, na construção de uma Planta de Combustível Sintético que utiliza CO2 capturado em refinaria localizada perto de Bilbao na Espanha.

 

O Projeto deve entrar em operação em 2024 e promete produzir 50 barris de Combustível Sintético por dia durante a fase piloto e, em seguida, aumentará a escala para realizar a distribuição comercial ao setor de transportes da Península Ibérica.

 

Na América do Sul, o Chile abriga um Projeto liderado pelas gigantes Siemens Energy, ExxonMobil, Enel e Porsche para a construção de uma planta industrial para produção de combustível a partir de Hidrogênio Verde, em Punta Arenas.


 

Figura 2 – Projeto Biocombustível no Chile.

Foto: Divulgação Siemens Energy

 

Inicialmente, 3,4 MW de energia eólica poderão dar origem a 750 mil litros de metanol verde e 130 mil litros de e-combustível por ano. Em seguida, a capacidade será expandida em dois estágios, para cerca de 55 milhões de litros até 2024 e 550 milhões de litros até 2026.

 

Como impulsionar os Combustíveis Sintéticos em escala comercial?

Percebemos que, para impulsionar e escalar a produção de Combustíveis Sintéticos é indispensável uma redução significativa nos custos de produção.

 

Esta situação, é crucial para que a utilização massiva deste insumo ocorra de forma generalizada em todas as modalidades de transportes, baseadas em combustíveis fósseis, utilizadas no mundo atualmente.

 

É preciso uma ação coordenada entre as diversas Agências Internacionais, os diversos atores governamentais dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, os mais variados segmentos industriais e a comunidade científica internacional.

 

Esta ação deve ter como meta primordial, a utilização dos mais variados Fundos Internacionais destinados à mitigação dos Riscos Climáticos, para financiar o desenvolvimento de tecnologias e métodos científicos capazes de garantir a viabilidade da produção, comercialização e adoção generalizada dos Eletrocombustíveis.

 

O processo de produção já possui quase um século de existência e, do ponto de vista técnico, é perfeitamente viável. Por esta razão, é possível afirmar que combustíveis sintéticos oferecem um futuro limpo para os mais diversos setores de transporte e também para a indústria de combustíveis.

 

A grande questão é usar todos os recursos tecnológicos disponíveis na atualidade para promover uma drástica redução de custos em sua produção!



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